Hetarismo feminino

POR ANA LÍVIA RANGEL

FUNDADORA DA ALR DESENVOLVIMENTO HUMANO E ORGANIZACIONAL / MENTORA DE LÍDERES /CONSULTORA

Quantos anos você tem?

O que você sentiria se alguém lhe perguntasse: quantos anos você tem? A quem essa pergunta interessa? O que ela pode agregar? Depende do contexto? No âmbito profissional, qual a idade ideal? Ideal para quê? Para começar, para parar, para recomeçar?

Essa pergunta, não deve ser feita em processos seletivos, mesmo assim, essa informação vem à tona e é impossível não fazer nada com ela. A idade de um profissional produz o sentimento de aprovação ou rejeição e impele à tomada de decisão: contratá-lo ou não? Promovê-lo ou não?

A gangorra pende para os 2 lados: pode “prejudicar” os jovens, trazendo o julgamento de que são imaturos e inexperientes e pode limitar oportunidades para os mais maduros.

Quero me deter nas realidades das mulheres que são as mais prejudicadas. Uma pesquisa da Harvard Business Review revela que as mulheres enfrentam etarismo no ambiente de trabalho, independentemente da idade. Os dois extremos pesam para as mulheres que, ou são jovens demais, ou sofrem discriminação por estarem velhas e irrelevantes.

Mulheres de 40 anos são prejudicadas devido suas responsabilidades e menopausa iminente. As de 50 e 60 são preteridas pela idade e aparência, já os homens na mesma idade, estão no auge.

A Woman of Influence + (WOI+), organização global canadense, entrevistou mais de 1.000 mulheres em 46 países e o resultado mostra que 77,8% delas enfrentaram preconceito por idade e 80,7% já presenciaram mulheres sendo tratadas de forma diferente por conta da idade. A pesquisa revela que a discriminação advém de todos, desde o RH, colegas de trabalho, clientes, gerentes e executivos. Os homens lideram como os mais etaristas.

Como todo preconceito já nasce carregado de equívoco, essa realidade passou a ser catalisador de mudança para as mulheres. Pois é, as “velhinhas” expulsas do mercado estão voltando como empreendedoras e ativistas contra o etarismo de gênero.

Segundo o Sebrae, dez milhões de mulheres representam 30% dos empreendedores do país. Já o Ministério do Empreendedorismo, afirma que as mulheres somam 56% dos empregadores brasileiros.

Essas mulheres estão atuando como consultoras, como mentoras e empreendedoras, criando oportunidades e mantendo-se na vanguarda do mundo do trabalho.

Diante das evidências, eu pergunto: quantos anos você tem para ainda pensar que uma data de nascimento, pode determinar a qualidade, a riqueza e valor da sua contribuição profissional?

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@analivia.rangel

Ana Líva Rangel

Fundadora da ALR Desenvolvimento Organizacional e Consultoria

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